Reencontro com Vergílio Ferreira
Esta foi a melhor exposição sobre um autor que já vi. E sendo uma papa museus, eu já vi bastantes.
É tão intuitiva e interessante que fiquei completamente maravilhada. A exposição foi dividida em secções como manuscritos, traduções, primeiros ensaios, marginália ou polémicas.
Em cada secção podiamos ver diversos documentos do autor, quase sempre com intervenções manuscritas do próprio.
Ficaria ali, o dia todo, a ler alguns dos documentos, as notas nas margens, as "orelhas" que foram acrescentadas, porque, por vezes, as margens não chegam.
E que tal lerem a correspondência que trocou com Eugénio de Andrade?
Mas o que me fez rir e desejar poder levar o documento para a zona de cadeiras, foi a secção de polémicas em que encontrei um documento de Luiz Pacheco chamado O caso do sonâmbulo chupista.
Neste folhetim, este acusa - e a meu ver prova - Fernando Namora de ter plagiado o Aparição de Vergílio Ferreira. Uma delícia.
Queria ter podido ler aqueles periódicos sentada numa cadeira ou no jardim.
E, porque estamos a falar de uma sala de exposições dentro de uma biblioteca, nada como lembrar os leitores que o autor está ao alcance de todos.
Recomendo viviamente que visitem. Até ao dia 13 de Novembro, na Biblioteca Almeida Garrett - Porto.