poemas e fragmentos de Safo (tradução Eugénio de Andrade)
... abrasas-me ...
Nem eu sei que fazer: o pensamento dividido.
A quem me fere assim,
o vento e as penas o levem...
Doce será o leito onde estender meu corpo
Safo, poetisa da Antiga Grécia, considerada por Platão como a 10ª musa, viveu entre 630 e 621 A.C.
O conteúdo erótico foi gravemente censurado pela mentalidade da Idade Média. Gravemente porque levou à quase destruição do seu legado, pelo nos restam pequenos fragmentos ("Dos onze ou doze mil versos que lhe são atribuídos, (...) chegaram até nós apenas uma ode completa - a invocação a Afrodite - e cerca de duzentos fragmentos")
Por ela, Eugénio de Andrade disse ter uma das suas fascinações mais antigas.
(...)
Um subtil fogo me arrepia a pele,
deixam de ver os meus olhos, zunem meus ouvidos,
o suor inunda-me o corpo de frio,
e tremendo toda, mais verde que as ervas,
julgo que a morte não pode tardar.
(...)