Longbourn, Jo Baker
Foi o subtítulo que me fez comprar o livro:
Pride and Prejudice
The servant´s story
Jo Baker fez um excelente trabalho de criar uma história que realmente é um paralelo de Orgulho e Preconceito, dando voz aos serventes da casa, com destaque para uma das criadas - Sarah.
Sarah descreve com detalhe a dureza da vida de uma servente nos primórdios do séc. 19, frequentemente orfãs, que começam a trabalhar quando crianças.
A fome sempre presente, seja nas lembranças, seja na forma como a dádiva de alimentos é recebida como um acto de generosidade de tal monta, que quem recebe fica para sempre em dívida para com que dá.
Gostei particularmente da escrita mordaz de Jo Baker, que não hesita em colocar as jovens casadoiras de Orgulho e Preconceito, ao nível daquilo que as criadas têm de limpar delas.
The young ladies might behave like they were smooth and sealed alabaster statues underneath their clothes, but then they would drop their soiled shifts on the bed-chamber floor, to be whisked away and cleaned, and would thus reveal themselves to be the frail, leaking, forked bodily creatures that they really are.
Porém, não se pense com este trecho que Jo Baker é cruel para com as personagens de Orgulho e Preconceito. Não é verdade, embora com um ou duas, tenha tomado algumas liberdades.
Porém, nada do que fez colide com a história, pelo contrário, segue-a fielmente.
Gostei particularmente do que fez com o ridículo Sr. Collins.Já menos interessante (para mim), foi a história da Sarah com os seus dois pretendentes.
Apesar de o ter lido em inglês, o que me abranda sempre, a leitura foi verdadeiramente viciante. Recomendo vivamente.