Dia do Livro Português e dos Autores e Autoras Portugueses
Na escola, não me recordo de ter gostado dos livros que me punham à frente, com duas honrosas excepções: Os bichos de Miguel Torga e Os Maias de Eça de Queirós.
Cheguei a adulta com poucas lembranças de leituras em português, extra curriculares, mas recordo-me de algumas que ficaram na memória.
É incrível pensar que li, com uns 15-16 anos as novelas de Mário de Sá-Carneiro: O Princípio e a Confissão de Lúcio. Era o que tinha para ler, uns livros castanhos com letras douradas, encadernações para dar dignidade às estantes e a quem os comprava (pessoa essa, que nunca leu nenhum das dezenas de livros que comprou).
Para quem não sabe, estas novelas têm na sua essência, obsessões e loucura. Isso leva-me a reflectir se alguma vez me ocorreria sugeri-los a uma das minhas sobrinhas.
Durante a minha adolescência devorei policiais da mítica colecção Super Vampiro, com muita Agatha Christie. Algures nessa onda, chegou-me às mãos um livro que foi o único título que decorei dessa época - O jantar é às oito de Dick Haskins, que muitos anos depois, saberia ser o pseudónimo de António Andrade Albuquerque.
A poesia chegou até mim por influência de uma amiga que me recomendou Florbela Espanca. Nunca mais a larguei.
Mas a minha primeira antologia poética, que pedi através do Círculo de Leitores, foi de Antero de Quental. E sabem o que me levou a lê-lo? Pasmem: fascinava-me que se tivesse suicidado com dois tiros.
Muitos (muitos) anos depois, tenho a consciência de que a literatura portuguesa é riquíssima e recomenda-se.
Depois de passar 2017 a ler maioritariamente livros de autores portugueses, tenho a consciência que só arranhei a superfície de futuras leituras.
Fonte: OS 12 MELHORES LIVROS PORTUGUESES DOS ÚLTIMOS 100 ANOS