A ilustre casa de Ramires - Eça de Queiróz
Finalmente comecei a ler A ilustre casa de Ramires, de Eça de Queiróz, para o Clube dos Clássicos Vivos.
Quando li o ensaio de Miguel Real, o Último Eça, registei que uma ordem de leitura, para um Eça Humanista, seria:
1º A cidade e as serras
2º As cartas de Fradique Mendes
3º A ilustre casa de Ramires.
Porém, o Clube dos Clássicos Vivos trocou-me as voltas, primeiro com a leitura de O crime do Padre Amaro e agora com A ilustre casa de Ramires que, segundo Miguel Real:
lendo A ilustre casa de Ramires, lendo a descrição do ambiente social da Feitosa e de Oliveira, retornamos 25 anos atrás, e de novo encontramos toda a trama de "O crime do Padre Amaro".
Afinal, esta tudo ligado.
O início de A ilustre casa de Ramires é hilariante. O sarcasmo com que Eça vai descrevendo a perfeita casta de nobres Ramires tem um perfeito culminar na imagem de um deles, tão nobre e patriota, em plena batalha e "com os dois pulsos a esguichar de sangue, bradando alegremente ao Mestre: "D. Paio Peres, Tavira é nossa! Real, real por Portugal!"
Mas o que gostei mesmo foi da imagem seguinte: "O velho Egas Ramires, fechado na sua torre, com a levadiça erguida..." E porquê? Por causa de uma mulher, ora... que queria do lado de fora.
De imediato pensei que seria muito bom, poder morar num castelo com uma torre, içar a levadiça e fechar o mundo lá fora.