A de hoje: ter interiorizado que era um livro sobre a doença porque o título era "Adoecer". O que ajudou a isto? Que o livro tenha sido comprado há 7 anos, somente pelo nome da autora - Hélia Correia. É o primeiro livro que leio dela.
Eu venho a um encontro pessoal, desses que não consentem testemunhas. Na verdade, conheço esta mulher. Não a criei. Sei mais a seu respeito do que sei sobre as minhas personagens. Pisei já muito chão que ela pisou, toquei em coisas, onde teve as mãos. Dormi junto a lugares onde dormiu. Nada dela me é estranho. De algum modo, as nossas vidas já se confundiram pois o tema do duplo, o doppelgänger, estava inscrito em nós como um padrão. Se subo agora o matagal da encosta não é porque me falte o seu horror. É que, tornando-se isto numa história, precisarei de uma noção de fim.
Esta mulher, é Elizabeth Siddal e é a modelo de um dos meus quadros preferidos.
A crónica dos bons malandros, de Mário Zambujal é um daqueles livros, que consta da lista "como é possível ainda não ter lido?".
Antes de mais, acho que não teria lido da mesma forma a A crónica dos bons malandros, sem a leitura prévia de Os capitães da Areia. Eu tenho uma certa resistência a empatizar com criminosos e como tal, não é muito fácil gostar de uma quadrilha de malandros do Bairro Alto.
Mas A crónica dos bons malandros é tão despretensiosa e divertida que até nos esquecemos que estamos perante criminosos de carreira e que as personagens femininas são completamente básicas e flat.
Os bons malandros são a quadrilha de Renato, o Pacífico, chefe incontestado que não permite o uso de armas. Num formato carregado de humor, seguimos o fantástico plano de assalto à Gulbenkian para furtar um conjunto de jóias de Lalique.
Capítulo a capítulo, Mário Zambujal apresenta-nos cada uma das personagens que compõem esta quadrilha, num verdadeiro livro de aventuras, que é verdadeiramente único.
E se não acreditam em mim, leiam estas opiniões:
Eis um livro ágil. hábil, matreiro, povoado de enleadoras surpresas - uma lufada de despretensão, quer na escrita, quer no recheio. - Fernando Namora
Um texto ágil, cadenciado, com respiração própria, no coração de uma Lisboa clandestina e sonhadora. Literatura, esta aventura de escrever? Bem, só espero que o Mário Zambujal se não veja, mais tarde, na necessidade de repetir o mote do velho Saroyan: Se o que escrevo não é literatura, quem perde é a literatura. - Dinis Machado
Se decidirem fazer uma inscrição grátis no SCRIBD, poderiam utilizar o meu convite?
Eu receberei 1 mês grátis e a/o convidada/o receberá 2 meses grátis, em vez dos habituais 30 dias grátis.https://www.scribd.com/g/62ck8b